Lá fora a chuva cai de lado a lado
além da transparência da janela
e penso que é um espelho que revela
a mim o que é de mim não revelado.
Revejo em cada gota algum pedaço
da minha sucessão de primaveras
e penso que é um espelho que revela
o quanto que me tenho derramado.
Quem sabe eu possa ali achar um norte
(alguma direção que me conforte
dos erros que me inundam catedrais),
mas tudo o que consigo é muito pouco
(é vão querer buscar algum consolo:
a chuva é só a chuva e nada mais).
Nenhum comentário:
Postar um comentário