sol de fim de tarde —
um caminho flavescente
atravessa o mar
segunda-feira, 25 de julho de 2016
domingo, 24 de julho de 2016
Emma Lazarus: O Novo Colosso
No pedestal da estátua da liberdade existe um belo soneto escrito por
Emma Lazarus. Faz muito tempo que queria traduzir ele, mas é o diabo
traduzir esse soneto e não conhecia nenhuma tradução que preservasse a forma de
soneto (agora sei a de um amigo, Henrique Gomes). Minha tradução trai as palavras, mas tenta salvar o poema, então não tem correspondência direta em vários pontos.
O Novo Colosso
Não como a estátua audaz de grega fama,
Com pernas entre terras estendidas;
O nosso portão d'água se confia
À dama poderosa cuja chama
Altívola é farol e que se aclama
A Mãe dos Exilados; à que inspira,
Co'a tocha erguida, vasta boas vindas
E ao porto, deste irmão, lança esperança.
"Terra ancestral, retenha seu orgulho!"
Diz suavemente. "Dê-me seus cansados,
Suas massas sedentas de ar puro,
Miseráveis nas costas entulhados.
Entregue-os para mim, os moribundos,
Minha luz mostrará o portão dourado!"
_____
The New Colossus
Not like the brazen giant of Greek fame,
With conquering limbs astride from land to land;
Here at our sea-washed, sunset gates shall stand
A mighty woman with a torch, whose flame
Is the imprisoned lightning, and her name
Mother of Exiles. From her beacon-hand
Glows world-wide welcome; her mild eyes command
The air-bridged harbor that twin cities frame.
"Keep, ancient lands, your storied pomp!" cries she
With silent lips. "Give me your tired, your poor,
Your huddled masses yearning to breathe free,
The wretched refuse of your teeming shore.
Send these, the homeless, tempest-tost to me,
I lift my lamp beside the golden door!"
Emma Lazarus
quinta-feira, 21 de julho de 2016
esvazia o amanhecer
esvazia o amanhecer
numa poça de sombra
alcalina reflete outra sombra
que evapora e desmancha
o longo tecido celeste
difuso feito plúmbea
flama expande pelos poros
estreitos da matéria si
lente o espaço retorcido
desaba sobre a cama
numa poça de sombra
alcalina reflete outra sombra
que evapora e desmancha
o longo tecido celeste
difuso feito plúmbea
flama expande pelos poros
estreitos da matéria si
lente o espaço retorcido
desaba sobre a cama
quinta-feira, 14 de julho de 2016
e.e. cummings: l(a leaf falls)oneliness
Faz tempo que gostaria de fazer a tradução desse poema de e.e. cummings. Não só é meu poema favorito dele como também é dos meus favoritos entre todos. Não vou discorrer muito sobre minhas escolhas na tradução. Basicamente minha linha mestra foi a de tentar preservar o aspecto visual do original assim como detalhes essenciais como o "one" (que se tornou "so" ou "só") e o seguinte l. Embora i não seja o melhor substituto para l ao tentar parecer o numeral 1, ele ainda pode parecer o 1 com um pingo. Anyway. Fora isso, há a seqüência l-l-f-f "caindo" (ou até mesmo a-e-a-a) que tentei emular com a seqüência c-a-e-a. Tem mais detalhes, como a escolha de "isolamento" ao invés de soluções mais óbvias como "solidão" ou "solitude", mas é melhor parar por aqui.
(Nova tradução aqui)
domingo, 10 de julho de 2016
domingo, 3 de julho de 2016
morno e distante
morno e distante
o sol desmancha no mar
e brinca a criança
na beira da praia
faz castelos na areia
tem castelos no ar
morno e distante
o sol desmancha no mar
é tarde escurece
uma voz tem seu nome
e dissolve no vento
é tarde escurece
ondas refluem
avançam recuam
ruínas derretem
e escorrem na face
o sol desmancha no mar
e brinca a criança
na beira da praia
faz castelos na areia
tem castelos no ar
morno e distante
o sol desmancha no mar
é tarde escurece
uma voz tem seu nome
e dissolve no vento
é tarde escurece
ondas refluem
avançam recuam
ruínas derretem
e escorrem na face
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